segunda-feira, 14 de março de 2011

Perdão

Fui insana.
Brinquei com os sentimentos de quem amo,
em nome do medo, da fragilidade que corrói a alma de uma mulher.
A cumplicidade veio de forma errada e fiz chorar sangue do meu sangue,
faísca do meu coração.
Não me culpe, não me odeie.
Cobrirei o chão de pétalas de ipê para sua passagem.
As jarras estarão floridas para esperar pelo seu perdão.
Palavras sanguinárias serão trocadas pelo carinho de quem te ama...
Manhã iluminada,incenso do meu amor.
Não me odeie.
Considere a fraqueza espiritual de quem teve medo, muito medo.
Perdão!

Para Luciana Silveira

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Claricear

Claricear é ter o coração aberto,
sem maldades, sem terceiras intenções.
Clara é a manhã de quem ama, não importa o pensamento maldoso
de quem vê o amor como sentimento indelicado.
Clara é a alma de quem afaga,de quem dá colo para a tristeza,
sem pensar que tudo é malvisto como os olhos de um dragão.
E a mágoa fere a vida,sem a claridade rósea da manhã.
O dragão esbraveja maldades esparramando a discórdia,
a dúvida e a insensatez.
A claridade se esconde atrás dos montes.
Mas a alma continua clara, clariceando o breu dos maus pensamentos,
enchendo de ternura o sussurrar do rio, misturado às lágrimas de quem ama.
Quem ama desarvoradamente o brilho dos olhos da criança.

Júlia Carolina da Cunha. 05/04/10

Desengano

Pensei caminhar em suas pedras,
molhar os pés na água que me aquietava,
brincar de amarelinha na calçada,
enfim, ser criança em seu colo, terra mãe.
Mas o sol não brilhou.
Vi o pedrão sob neblinas como ficou o coração.
Dormi. O sono me levou à tia Elza,
que acalentou a alma ferida.
Não quero mais sonhar com essa terra,
não quero mais me apegar a nada.
"Viver é muito dificultoso".